"Escritores, meditem muito e corrijam pouco. Fazei as vossas rasuras no vosso próprio cérebro" Victor Hugo
terça-feira, 8 de maio de 2012
Página do Diário Bardo: "Mitológica"
O texto "Mitológica" foi lido durante o 7º encontro da Confraria dos Bardos e é de autoria de Jackson Libardi.
***
Mitológica
Quem é você?
O que se esconde por detrás dessa montanha de safiras?
Que labirinto, que enigma, que incógnita indecifrável…
Um cume amaldiçoado de onde um homem possa se precipitar?
Ou o inferno de Dante, com Caronte esperando que as moedas de mais um poeta toque os fundos do seu barco?
Quem sabe a Atlântida; talvez o paraíso perdido com querubins nos quatros cantos para recepcionar ao valente.
Um reino!
Sim, que haja um reino. Um reino em que cujo monarca seja, o Cúpido.
Jackson Libardi
***
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Página do Diário Bardo: "Sonho Industrial"
O texto "Sonho Industrial" foi lido durante o 7º encontro da Confraria dos Bardos e é de autoria de Yan Siqueira.
***
Sonho Industrial
Nasceu. Pelo o que lhe disseram desde pequeno brotava sonhos em sua
mente: aos seis dizia querer ser super-herói, aos sete queria ser piloto de avião,
aos nove iria ser presidente do Brasil e aos quinze tudo que queria era um
prato de comida por dia. Completou dezesseis no mesmo ano do início da era das
fábricas. Foi mandado para uma por aquele que lhe criou, aquele que, na
verdade, não era seu pai, mas sempre arranjou um pouco de comida que disfarçava
a fome:
- Miseráveis, - dizia seu chefe – essa é a oportunidade de melhorarem de
vida. Se trabalharem quietos, se cooperarem comigo, um dia Deus também os
presenteará com a fortuna do paraíso terrestre... Também terão algum dos meios
de produção, desde que não destruam as minhas máquinas! Tudo ficará bem...
Tudo...
Abiezer iludido, mas acreditando naquelas palavras, fez tudo o que tinha
que fazer. Limpou. Carregou. Não dormiu. Trabalhou. Seus amigos estavam
cansados, mas ele não:
- Um dia tornarei meus sonhos reais! Se tenho sonhos é porque eles podem
ser concretizados... Vamos trabalhar!
E trabalhava... Trabalhava...
E seu dinheiro para pouco dava, pagava a dívida de vida ao seu pai
adotivo, não tinha casa própria, morava de favor, era triste, mas Abiezer
sonhava:
- Um dia... Um dia...
Via-se nos sonhos sendo seu próprio dono, era feliz, era dono dos meios
de produção, tinha dinheiro nas mãos e poder em suas palavras. Então, a
realidade o acorda com um soco no estômago. Abiezer envelhecia, eram
acrescentados mais vinte quatro horas ao cotidiano. Sonhos ou realidade? Há
mesmo uma linha que os separe? Não. Enquanto trabalhava seu subconsciente era
mórbido enquanto sua consciência movia-se no automático. Não precisava pensar,
seus músculos, por repetirem os mesmos movimentos, guiavam-se com os mesmos
gestos de um robô... Foi quando aconteceu.
A realidade invade os sonhos. Abiezer dormia e as máquinas vieram ao seu
encontro. Ele não tinha mais poder sobre elas. As máquinas o pegaram no colo
levando-o a realidade inserida no poço onírico da mente humana. Dentro dos
sonhos ele viu a verdade: jamais seria dono, sempre seria escravo.
Yan Siqueira
***
Yan Siqueira
***
Página do Diário Bardo: "Minha Pequena Princesa"
O texto "Minha Pequena Princesa" foi lido durante o 7º encontro da Confraria dos Bardos e é de autoria de Rodolfo Braz.
***
Minha Pequena Princesa
Tanto a dissertar. Amor,
política, vida.
E ainda sinto tua falta, meu
tudo.
Respostas vazias de encontros
nulos.
Cumprimentos quiméricos fazem o
dia.
Amigos? Cade eles?! Cade as
juras, as promessas?!
Meu coração verte minha vida em
supostos amores.
Mares!.
Solidão, esta é resposta certa.
Não importa se é a felicidade
que eu procuro. Ela
apenas existe em um sonho
ilusório de uma realidade
obscura.
Escuro. Frio. Profundo.
Assim eu caio, sem minhas asas,
sem tu para me segurares.
Dependente de ti, confesso. Mas
que sejas, de ti
que venha a faca para rasgar
minha carne e perfurar meu coração.
Pois assim essa morte
poder-me-ia ser amada.
Amada por ser sua força a me
destroçar, a me fazer em pedaços.
Mas me fazendo em pedaços
talvez você me inteire, já que sem ti
sou um vitral quebrado.
Mas como eu ser abissal poderia
lograr tal felicidade feérica
a teu lado? De que sou
digno se nem a vida eu mereço?
Mas ainda sonho, não ligo para
os cortes, para o sangue
que já tinge o chão de
escarlate.
Se para te ter eu tiver
que secar o que sou, virarei pó por ti.
Mas que sejam de tuas palavras
o não que matara meu ser.
***
Página do Diário Bardo: "Geração XXI"
O texto "Geração XXI" foi lido durante o 7º encontro da Confraria dos Bardos e é de autoria de Rafaela Dalmazo de Castro.
***
Na época dos nossos pais, entrou-se a geração da "rebeldia" da luta pelo que acreditavam e da ditadura. No inicio da minha época veio a geração coca cola. Agora, em pelo século XXI me sinto na geração da depressão. Não me lembro de ter ouvido antes tanta gente dizendo que está em depressão, ou até mesmo eu ficar depressiva assim. O que se passa na cabeça das pessoas é extremamente medonho, o pensamento de que o amanhã será uma bosta supera os problemas de todas as gerações. Ao menos naquela época eles tinham o porquê lutar, era aqui, era uma luta interna contra os agentes externos. Hoje parece que a luta é interna, com algo externo que entrou.
Se existe um caminho pra felicidade eu não faço a menor ideia. Se as pessoas agora se prendem a remédios antidepressivos, etc.. Acontece. Mas tudo isso não passa de uma resposta placebo, de uma mentira pra que continuemos a tocar a vida. Só que... caramba, "tocar a vida" soa como se você estivesse sendo obrigado a estar aqui, como se fosse uma maldição.
Minha cabeça como sempre em conflito com o real e o irreal, ou seria apenas imaginação doentia, chame como bem entender. Aquele receiozinho de que nada do que eu desejo se realize me deixa mais pra baixo que cabeça de avestruz na areia movediça.
Preciso de metas na minha vida, objetivos faz com que acordemos todo o dia dispostos a batalhar. Hoje mesmo aconteceu isso, eu fui disposta a vencer na loja que eu trabalho e não é que eu consegui! Vendi mais do que todas lá, isso me deixou muito bem comigo mesma.
Vencer nos rejuvenesce, nos ilumina, nos dá mais garra para lutar.
Essa geração de remédios pra se sentir bem pode até ajudar, mas, como todo bom placebo, um dia notamos que ele não faz efeito e temos que encarar a dura realidade. O fato que a vida é única e por mais fodida que esteja, ela é nossa e precisamos protege-la!
***
Geração
XXI
Houve
mudanças de gerações. No inicio dos tempos, na época dos nossos avós, era
mulher em casa e homem no trabalho, direito era um curso da faculdade e olhe lá.
Na época dos nossos pais, entrou-se a geração da "rebeldia" da luta pelo que acreditavam e da ditadura. No inicio da minha época veio a geração coca cola. Agora, em pelo século XXI me sinto na geração da depressão. Não me lembro de ter ouvido antes tanta gente dizendo que está em depressão, ou até mesmo eu ficar depressiva assim. O que se passa na cabeça das pessoas é extremamente medonho, o pensamento de que o amanhã será uma bosta supera os problemas de todas as gerações. Ao menos naquela época eles tinham o porquê lutar, era aqui, era uma luta interna contra os agentes externos. Hoje parece que a luta é interna, com algo externo que entrou.
Se existe um caminho pra felicidade eu não faço a menor ideia. Se as pessoas agora se prendem a remédios antidepressivos, etc.. Acontece. Mas tudo isso não passa de uma resposta placebo, de uma mentira pra que continuemos a tocar a vida. Só que... caramba, "tocar a vida" soa como se você estivesse sendo obrigado a estar aqui, como se fosse uma maldição.
Minha cabeça como sempre em conflito com o real e o irreal, ou seria apenas imaginação doentia, chame como bem entender. Aquele receiozinho de que nada do que eu desejo se realize me deixa mais pra baixo que cabeça de avestruz na areia movediça.
Preciso de metas na minha vida, objetivos faz com que acordemos todo o dia dispostos a batalhar. Hoje mesmo aconteceu isso, eu fui disposta a vencer na loja que eu trabalho e não é que eu consegui! Vendi mais do que todas lá, isso me deixou muito bem comigo mesma.
Vencer nos rejuvenesce, nos ilumina, nos dá mais garra para lutar.
Essa geração de remédios pra se sentir bem pode até ajudar, mas, como todo bom placebo, um dia notamos que ele não faz efeito e temos que encarar a dura realidade. O fato que a vida é única e por mais fodida que esteja, ela é nossa e precisamos protege-la!
Rafaela
Dalmazo de Castro
***
***
Assinar:
Postagens (Atom)